15/04/2024

Vaga em conselho da Petrobras terá disputa acirrada

Por: Fábio Couto
Fonte: Valor Econômico
A vaga do representante dos acionistas preferencialistas no conselho de
administração da Petrobras terá uma disputa acirrada na eleição marcada para a
Assembleia Geral Ordinária (AGO), no dia 25 de abril. Há três nomes para uma
cadeira. São eles: o contabilista Jerônimo Antunes, o engenheiro mecatrônico
Aristóteles Nogueira e o administrador de empresas Thales Kroth. No rol de
propostas dos candidatos, estão a melhor alocação de capital e a realização de
investimentos com disciplina, a defesa das boas práticas de governança
corporativa, com transparência dos atos pela diretoria executiva, e um maior
diálogo sobre a distribuição dos dividendos aos acionistas, com alta do
pagamento da remuneração mínima obrigatória.
Os três candidatos entram na disputa como conselheiros independentes e vão
disputar uma eleição pelas ações PNs em separado do controlador. Quem for
eleito vai entrar na vaga que se abre com o fim de mandato do economista
Marcelo Mesquita, que não pode concorrer por vedação estatutária da Petrobras
depois de ter exercido três mandatos consecutivos no colegiado.
A eleição pelas PNs se dará de forma separada da disputa que envolve os
candidatos indicados pela União. Neste caso, o governo propôs a recondução
dos conselheiros Pietro Mendes (está suspenso da presidência do conselho por
liminar judicial), Jean Paul Prates (presidente), Bruno Moretti, Renato Galuppo
e Vitor Saback. Também incluem a lista Rafael Dubeux, secretário-executivoadjunto
do Ministério da Fazenda, Benjamin Alves Rabello Filho e Ivanyra
Maura de Medeiros Correia, em um total de oito nomes.
Os postulantes da União vão disputar vagas com os minoritários José João
Abdalla Filho e Marcelo Gasparino, indicados pelas ações ordinárias. Esses
minoritários vão concorrer diretamente com os candidatos da União na
modalidade de voto múltiplo. Esse sistema tende a beneficiar os minoritários
pois é possível concentrar votos em determinados nomes. Assim, a União pode
acabar elegendo seis dos oito indicados.
Haverá ainda uma segunda eleição em separado do controlador, esta pelas ações
ordinárias. Neste caso, há até agora um único candidato, o advogado Francisco
Petros.
A disputa do assento dos preferencialistas divide as atenções com a crise entre
Jean Paul Prates e alas do governo e com a suspensão judicial de Pietro Mendes
e do conselheiro Sérgio Rezende, eleito em 2023 para o colegiado por indicação
pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O fundo Templeton (Franklin
Resources) indicou Jerônimo Antunes, que já foi conselheiro da companhia
entre 2015 e 2019. Ele busca nova eleição.
Fontes questionaram o fato de Antunes ser membro do comitê de auditoria
estatutário da Vibra Energia, o que poderia configurar conflito de interesses.
Antunes não vê conflito e comunicou à Petrobras que renuncia ao cargo na
Vibra caso a petroleira entenda que haveria conflito.
Fundos geridos pelo Opportunity, Ibiuna, XP Gestão e XP Allocation
apresentaram o nome de Aristóteles Nogueira. O acionista Thales Kroth de
Souza entrou na disputa por indicação própria dez dias após a Petrobras
divulgar as candidaturas de Nogueira e Antunes. Confira abaixo as principais
propostas dos três candidatos à cadeira que representa os preferencialistas no
conselho da Petrobras.